O que fazer, quando a comédia agride a fé?

Todos os anos o grupo Porta dos Fundos faz um espacial de Natal que escandaliza boa parte da comunidade cristã. Protestar parece ser inútil, talvez tenha até efeito contrário, pois a iniciativa faz tanto sucesso que se repete anualmente. Muitos cristãos acreditam que o melhor é não dar importância para o fato, outros insistem em protestar. Mas o que será o melhor?

Para entender como reagir de modo adequado numa situação como essa, é necessário entender o modo de pensar desses comediantes. Só desse modo podemos dar uma resposta verdadeiramente cristã, que não alimente uma espiral de mal-entendidos, escândalos e indignação que termina apenas por piorar a situação e dificultar ainda mais a construção do bem comum.

Leia o artigo completo e uma proposta de posicionamento diante dessa situação em Aleteia.

O que fazer, quando a comédia agride a fé?

Todos os anos o grupo Porta dos Fundos faz um espacial de Natal que escandaliza boa parte da comunidade cristã. Protestar parece ser inútil, talvez tenha até efeito contrário, pois a iniciativa faz tanto sucesso que se repete anualmente. Muitos cristãos acreditam que o melhor é não dar importância para o fato, outros insistem em protestar. Mas o que será o melhor?

Para entender como reagir de modo adequado numa situação como essa, é necessário entender o modo de pensar desses comediantes. Só desse modo podemos dar uma resposta verdadeiramente cristã, que não alimente uma espiral de mal-entendidos, escândalos e indignação que termina apenas por piorar a situação e dificultar ainda mais a construção do bem comum.

Leia o artigo completo e uma proposta de posicionamento diante dessa situação em Aleteia.

Necessidade de evitar que a Igreja se torna campo de aproveitadores e de infiltração ideológica

Sobre os acontecimentos do Ato Inter-Religioso no dia 30 de setembro na Catedral Metropolitana de São Paulo

 

No dia 30 de setembro de 2019 houve um ato Inter-Religioso na Catedral Sé em São Paulo. Em sua essência, tratava-se de gesto promovido por uma organização inter-religiosa, que desejava dar o seu apoio ao Sínodo da Pan-Amazônia, que o Papa Francisco vai abrir em Roma no próximo domingo, dia 06 de outubro. Em si mesmo não se trata de um ato político, ideológico, de apoio a algum partido político ou de apoio a algum grupo no estilo “Lula Livre”.

No entanto, para surpresa, como noticiado em algumas redes sociais, houve tumulto no final do evento, alguns militantes políticos portavam estandartes com o slogan “Lula Livre” e alguns jovens católicos consideram essa postura como agressão a fé católica e profanação do templo religioso.

Como esclareceu o Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, na Nota de Esclarecimento sobre o Ato Inter-Religioso na Catedral da Sé: “Estejamos muito atentos àquilo que ouvimos e lemos e de quem recebemos mensagens. Checagem das informações e discernimento são coisas indispensáveis, para não sermos arrastados por informações de todo tipo. É necessário ver, se as fontes das informações são confiáveis. Há muita fonte poluída por aí e quem bebe de fontes envenenadas, fica envenenado também e pode até morrer”.

De um lado, o templo religioso cristão é a “casa de Deus” (Hebreus 3, 6) e o “corpo de Cristo” (I Coríntios 12, 27). Por isso, merece ser respeitado pelos próprios cristãos e por não-cristãos. Nesse contexto, não cabe dentro do templo religioso atos políticos, ideológicos e nada no estilo “Lula Livre”. Não se pode permitir que um templo religioso, seja cristão ou de outra religião, seja transformado em palanque eleitoral, em campanha publicitária ou de outra natureza. O templo, acima de tudo, deve ser a “casa de oração” (Mateus 12, 13). Manifestações políticas, ideológicas e de outras naturezas já possuem seus devidos espaços dentro da sociedade. Por isso, deve-se respeitar o espaço do sagrado.

Do outro lado, não se pode aceitar, como bem colocou o Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, a existência dentro da Igreja dos chamados “justiceiros”, ou seja, pessoas que, dentro das melhores disposições éticas, terminam caindo no julgamento apresado e até mesmo na calunia e na difamação. De forma lamentável, dentro e fora da Igreja, impulsionados pelas redes sociais, atualmente existem vários “justiceiros” que, por razões diversas, algumas éticas e outras nem tanto, terminam espalhando notícias tendenciosas, meias verdades e até mesmo interpretações equivocadas de fatos que ocorreram dentro dos templos católicos.

Diante dessa realidade é preciso haver a moderação, o cuidado com as palavras, o amor a Cristo e ao irmão, a fidelidade ao magistério e a Igreja. Não basta dizer “sou católico” e no outro dia estar nas ruas ou nas redes sociais acusando, de forma apressada, os pastores que, mesmo que com suas limitações, guiam o rebanho de Cristo.

É necessário evitar que a Igreja se torna um campo, talvez de batalha, entre aproveitadores, os “justiceiros” e de gente infiltrada, militantes políticos, que percebem a Igreja apenas como um palanque eleitoral ou oportunidade para se autopromover nas redes sociais.

Por Ivanaldo Santos, filósofo, escritor, professor universitário.

 

Veja também: Encontrar uma posição justa nas polêmicas sobre o Sínodo para a Amazônia     Nem direita nem esquerda, mas sim integral​     A Igreja diante do mal-estar da sociedade contemporânea

Drauzio Varella e a ideologia de gênero

A ideologia de gênero deve ser enfrentada com um diálogo construtivo, que ajude as pessoas a encontrarem sua plena realização afetiva e sexual, reconhecendo os direitos de todos.

Tem causado impacto um artigo bastante agressivo onde Drauzio Varella diz que ideologia de gênero não existe e que aqueles que a combatem são repressores, ignorantes e manipulados por demagogos.

No artigo, Varella faz um link à notícia de que um grupo tentou forçar Judith Butler, uma das autoras da “teoria de gênero”, a não dar palestras no Brasil. Um erro não justifica outro, o diabo se diverte quando pessoas boas incitam a violência para opor-se ao mal.

Mas pode-se fazer, sem obscurantismo, uma demonstração crítica e racional da existência da ideologia de gênero – e de seus problemas teóricos e práticos.

Varella levanta uma série de dados científicos sobre indefinições biológicas do sexo. Poderíamos até acrescentar mais dados, envolvendo fatores psicológicos e até sociais que impedem que a pessoa se identifique como homem ou mulher.

Dois problemas de fundo acabam transformando esse debate numa luta infrutífera em vez de um diálogo construtivo:

  1. Todos reconhecemos a existência de pessoas homossexuais, o erro é a concepção ideológica de que a pessoa pode construir seu próprio gênero sem uma adequada referência a sua biologia. O diálogo construtivo é aquele sobre a melhor forma de ajudar cada um a realizar-se plenamente no campo afetivo-sexual, respeitando sua liberdade e suas características pessoais.
  2. A existência de grupos extremistas – em ambos os lados – que desejam se afirmar violentamente sobre os que pensam diferente. Criam desnecessariamente um clima de guerra que acaba inviabilizando o diálogo construtivo entre aqueles que querem realmente o bem do outro.